domingo, 27 de dezembro de 2009

Crônicas de um Natal pernambucano

Amigos egrégios, estava eu a pensar sobre se existem diferenças entre "natais" baianos(eu me considero) e pernambucanos(estou me "repernambucanizando"), será que existem regras que validam e diferenciam tais comemorações? Veremos....
Bem, utilizarei minha familia como exemplo de Natal pernambucano, aqui a tradição conta muito, até em certas baboseiras, como por exemplo, todos devem ajudar a montar a, tbm midiática- depois vos apresentarei minha teoria acerca dessa data midiática, que é o Natal -, árvore natalina, sempre lembrando que é uma árvore artificial, o que engrossa ainda mais a teoria midiática. Enfim, temos que estar todos montando a tal formação "natural" exatamente 1 mês antes da data comercial(eu não pude estar presente, portanto minha mãe me ligou no dia 24 de novembro e ficou 30 minutos descrevendo a montagem da árvore, acredite se quiser :o). Outra coisa besta, é a responsabilidade dos adolescentes em ter de buscar a cerveja e fazer todo o serviço "pesado" para os mais velhos(ainda bem que já passei o bastão pra meu irmão :D), esse é o trabalho mais chato, já que somos obrigados a faze-lo e sem recompensa nenhuma, pois a cerveja sempre acaba antes de vc tentar colocar no seu copo, e não se pode tentar negar, pois ouvirá um comando, extremamente coercitivo, de algum membro mais velho da família, algo do tipo: "ooomi, pegue logo essa cerveja, seu caburé!". A festa sempre foi e sempre será, na casa da avó, com muita comida, bebida, e durará até as 6h do dia seguite. Outra coisa, tbm relevante, no dia 25, o almoço deverá ser constituído por comidas típicas, como: bode cozido ao leite e maxixe, pirão de bode, carne do sol frigida, pintado, buchada de bode, entre outras variações...além do já famoso, doce de buriti para "rebater", outros doces tbm entram na roda.
Normalmente, ocorrerá um discurso de alguém mais velho, contando como venceu na vida e lembrando que as tradições devem ser mantidas(essa é a parte que eu acho mais chata FUUUU). Ahhh, outra coisa, qnto mais gente, mesmo que apenas amigo da família, estiver na festa, melhor, pois dá a impressão de ser uma família bem grande, o que aqui vale como um certo status(não me pergunte pq, pra mim deveria ser ao contrário), e todos devem estar bem vestidos, tbm pra causar uma boa impressão, ao se revelar as fotos(essa regra eu sou refratário, até pq não sei me vestir muito bem... :/).
Tbm é importante lembrar os "amigos-secretos", que na hora que um individuo vai descrever o seu amigo-secreto, tenta destacar sua piores características, o que funciona muito, pois parece que todos prestam mais atenção mais nos seus erros do que nos acertos....esquece essa parte...(putz, minha mãe fez uma vitamina deliciosa, colocou uma cereja no copo e trouxe aqui no meu quarto!!:o, algo muito estranho acontece nos reinos da família Almeida....)
Bem, tem-se que respeitar essas regras anteriores, uma espécie de norma geral exclusiva kelseniana, para validar um Natal pernambucano.
Apesar desses "joguinhos", o Natal, mesmo sendo uma data comercial e midiática(palavra incorporada graças a sua constante repetição, por meio de meu mano Brenno), sempre está cercado por amor, e aqui isso não é diferente.
Ainda quero passar um Natal com minha outra família, que são vcs meus amiguinhos baianos e uma certa canadense, deve ser tão legal qnto, quiçá bem melhor!
Beijos e abraços, amigos! :D


P.S.: Caburé significa um filhote de algum bicho escroto, que eu não lembro qual é.

Um comentário:

Lorena disse...

"ah, menina, entao quer dizer que.."
euheuheuehuehueh :*